Muito tem-se falado sobre bullying, preconceito, homofobia, entre outras formas de agressão, mas a real é que pouca coisa mudou. O ambiente escolar pode ser um sonho para alguns, mas é definitivamente um pesadelo para outros. O bullying ainda não é (e está longe de ser) controlado pelos professores e membros da direção das instituições de ensino.
O novo clipe de Pabllo Vittar, lançado nessa Terça-feira (10), fala justamente sobre como isso pode ser corrosivo. Este já começa com a seguinte estatística:
“73% dos jovens LGBTQ+ no Brasil são vitimas de bullying e violência nas escolas.”
Dado esse comprovado pela conjunta das comissões de Relações Exteriores e de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. Não é algo inventado ou especulado, é real.
Pabllo Vittar provou ser não só um cantor, que não poupa sensualidade, tampouco tem papas na língua. Mas se mostrou um grande ativista, que dá forças à sua comunidade, seus fãs, e recebe essa força em dobro na hora que precisa ser forte, afinal, mexeu com um, mexeu com todos!
Seu clipe funciona no bom e velho 4:3, deixando transparecer o sentimento de proximidade com o artista, de uma forma bem pessoal, afinal é um assunto que precisa ser encarado face à face. E para dar força à história que é contada, a partir de cenas curtas, é usado o preto e branco durante todo o vídeo.
A história contada no vídeo-clipe mostra um adolescente que é freneticamente perseguido por seus colegas de escola, que o humilham de diversas formas. Este jovem está na fase de descoberta de sua sexualidade. As cenas são realmente fortes e muito emocionantes. No final, Pabllo nos induz a entender que tudo o que acontece com o personagem de seu clipe, lhe aconteceu na sua época de escola.
Dentro deste contexto temos de voltar à falar sobre a real importância de cantores como Pabllo Vittar, Lia Clark, Johnny Hooker, Liniker, etc, dentro de nossa indústria. Não é a primeira vez que o bullying é abordado em músicas, óbvio. Já ouvimos “Numb” de Linkin Park, mas sofrer esta perseguição, este preconceito apenas pelo fato de ser LGBTQ+ é algo que realmente precisava ser discutido.
Vivemos em uma sociedade que todos os padrões já são representados, todos tem um herói. Pabllo é o herói (ou heroína) de muitas pessoas que precisavam ouvir que são indestrutíveis, ou precisavam ser lembradas de que toda dor passa. Não é sobre quem ele é, mas o que ele fez de bom.
Lembre-se de amar, a si mesmo e todos os outros.