
AmarElo é o terceiro disco de estúdio do rapper, cantor e compositor paulista Emicida lançado em outubro de 2019. Considerado uma das revelações do hip-hop do Brasil dos anos 2000, traz neste álbum suas transformações como homem, artista e suas percepções do rap ao longo desses anos.
Um dos destaques do álbum são parcerias nas faixas, de todas as 11 apenas duas são somente de Emicida e temos nomes como: Zeca Pagodinho, Mc Tha, Drik Barbosa, Pabllo Vittar e entre outros. Com tantas parcerias de peso a sonoridade do álbum vai além do hip hop, com toques de samba, mpb, trap e rock. O artista soube muito bem mesclar e encaixar todos os nomes e gêneros dentro de um trabalho, em “Ismália” por exemplo, que finaliza com um poema de mesmo nome interpretado por Fernanda Montenegro mostra o quão importante são as colaborações neste trabalho.
Os áudios de conversa entre as faixas também são outro destaque que ambientalizam as canções (Na além de trazer todo o conceito do disco que carrega os questionamentos da vida e também definido pelo cantor como “AmarElo é um manifesto pelo direito de ser humano”. Ao ouvir você se sente parte de toda a produção e de todas as conversas presentes, tudo parece acontecer ao seu redor, detalhes que poucos artistas conseguem transmitir em suas obras. faixa Cananéia, Iguape e Ilha Comprida que o rapper está falando com uma de suas filhas é perfeito!)
Porque eu descobri o segredo que me faz humano
Trecho final da faixa Principia
Já não está mais perdido o elo
O amor é o segredo de tudo
E eu pinto tudo em amarelo
A faixa título traz a tona a importância dos Samples dentro do rap e do hip-hop, já que foram deles onde tudo começou e muitos discos eram utilizados para a base das rimas. Com o sample de Sujeito de Sorte – Belchior, Emicida homenageia o cantor, a música popular brasileira e ainda usa a faixa “conversando” com a música, dentro do contexto (característica muito utilizada atualmente pelos rappers).
AmarElo é produzido com muito cuidado, carinho e excelência. É um álbum que você aproveita cada detalhe: a melodia, a batida, as conversas, os poemas, compreende a mensagem que Emicida quer passar. É democrático, dá espaço para novas experiências dentro do gênero e merece ficar no seu play!
Ouça: